domingo, 10 de maio de 2015

Cyber bulling - não cales o que te vai na alma!

Eu adoro filmes baseados em histórias verídicas e acabei de assistir a um na SIC que me cativou desde o primeiro instante e tive de o ver até ao fim. Todos sabemos que existem várias espécies de "bulling", um termo inglês (infelizmente) muito em voga e que já no meu tempo de criança e adolescente se passava, embora sem ter ainda uma designação certa.

Bem, o filme em questão, abordava a temática do bulling on-line, o chamado "cyber bulling", através do qual, e escondendo-se atrás de perfis falsos criados em diversas redes sociais, os adolescentes são atacados sem dó nem piedade...e porquê? Por serem pessoas diferentes, mais maduras, dedicarem-se mais aos estudos, por serem mais fortes ou terem diferentes orientações sexuais, por questões raciais e por aí fora...motivos que na minha opinião são o reflexo da sociedade que vivemos hoje em dia, onde há pessoas de tal forma maldosas que não olham a meios para atacarem os outros pelo simples prazer de os verem sofrer.

Mas o que isso contribui para a felicidade desses seres? Não sei, não entendo, apenas sei que esses seres precisam de tratamento urgente porque estão a caminho de se tornarem em adultos da pior espécie que pode haver. Infelizmente já há muitos assim e acho que para esses já não há cura possível mas como diz o velho ditado "quem semeia ventos, colhe tempestades".

Eu quando era pequena também senti isso na pele porque havia um rapaz que me chamava de "beiçolas" pelo facto de eu ter os lábios grossos. Nos primeiros momentos eu isolei-me, chorava e como tinha apenas oito anos não sabia ripostar. Até que um dia a minha mãe senti que algo se passava comigo e eu contei-lhe tudo. Sabem o que ela fez? Chamou o rapaz lá a casa e só lhe disse isto: "Estás a ver aquele fio ali em cima? Se voltas a chamar esse nome à minha filha eu penduro-te lá pelas orelhas"...no final foi falar com os pais do miúdo e o que é certo é que nunca mais me chamou tal coisas. Quando passava por mim mal me olhava porque ficou completamente amedrontado com a reprimenda da minha mãe e dos pais deles. Nessa altura percebi que o isolamento não é a solução. Guardarmos cá dentro o que vai na nossa alma só nos sufoca e faz mal.


Pois no filme de hoje a Taylor (miúda vítima de cyberbulling pela sua "melhor amiga" e um grupinho lá da escola) esteve quase a por termo à vida e só não o fez porque a mãe impediu que ela tomasse um frasco de comprimidos. Desde esse episódio, agravado também pelo facto de o pai ter traído a mãe com uma miúda de 25 anos, começou a frequentar um grupo de ajuda e lá encontrou também um rapaz da sua escola, vitima da mesma situação mas neste caso por ser homossexual. A mãe procurou junto da câmara local que criassem uma lei que impedisse esse tipo de situações, tal como já acontecia em outros estados norte-americanos, e só o conseguiu depois de uma entrevista dada pela Taylor e a sua "melhor amiga", numa espécie de confronto "amigável", a uma jornal.

Após uma semana a recuperar em casa conseguiu reunir forças para voltar à escola, fez as pazes com a amiga, e, em pleno refeitório, apinhado de gente, enfrentou o tal grupinho que criticava tudo e todos através das redes sociais. Foi aplaudida de pé pelos colegas e o seu exemplo serviu como um motor de força para muitos adolescentes que conviviam de perto com esses ataques cobardes.

Por isso, se souberem de alguém que esteja a passar por uma situação semelhante ou se vocês próprios foram vítimas deste gravíssimo problema que continua a conduzir ao suicídio de muitos jovens não se isolem. Falem com alguém próximo, procurem ajuda, desabafem, encarem o problema de frente e pensem que não estão sozinhos, há sempre uma mão e um ombro amigo para vos apoiar.

Busquem a vossa força interior, nunca deixem que vos inferiorizem, não baixem os braços, sigam em frente e pensem "a minha vida é demasiado preciosa para me deixar abater por isto. Vou à luta e vou conseguir sobreviver...e um dia posso também ajudar outras pessoas"

Pensem nisso! Falar faz bem...por mais que as palavras custem a sair, nunca guardem nada cá dentro, porque isso vai-nos consumindo a cada dia que passa...eu sei do que falo, porque já passei por situações bem complicadas e ainda estou aqui de pé, sempre pronta para novas batalhas!

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